“Foi o trabalho mais difícil que eu fiz. A Dercy que a Maria Adelaide escreveu é uma. A que as pessoas com menos de 70 anos conhecem é outra. Ela não era só uma velha maluca que falava palavrão. Foi uma grande empresária, era respeitada por todos os políticos deste país”, conta Fafy, que define sua ligação com Dercy como “cármica”.
Antes de morrer, a comediante havia pedido que Maria Adelaide Amaral escrevesse uma peça sobre sua vida. “E ela queria que eu a interpretasse”, diz Fafy. “Não entendia o porquê disso. Tenho um humor diferente do dela, não falo palavrão. E ela me disse: ‘Você é a única que nunca tentou me imitar’. Acho que essa minissérie vai ser um marco na minha carreira. Eu sou a cara do Ronald Golias. Não tenho nada da Dercy Gonçalves e acabei ficando idêntica a ela”, define a atriz, que aparecerá na TV 22 kg mais magra.
A empolgação pode não deixar transparecer os problemas que Fafy encarou até conseguir “se transformar” em Dercy. Ela diz que não havia muito material disponível sobre a vida da humorista, então conversou bastante com Marília Pêra, cujo pai era amigo de Dercy.
“Vim me preparando para ser ela nos últimos dois anos, por causa da peça. Mas 72 horas antes de gravarmos a primeira cena, eu não ainda sabia o que ia fazer. Fiquei dois dias inteiros dentro do quarto do hotel, chorando muito.
Chamei a Dercy na chincha: ‘Como você me escolhe e não me dá uma força?’”, lembra.
Mas na hora de gravar, tudo mudou. A primeira sequência era uma briga entre Dercy e Herivelto. “Quando íamos começar a gravar, ouvi uma voz dizendo ‘Fafy’. Olhei para trás, e não tinha ninguém. O Denis falou ‘gravando’ e eu imediatamente me transformei na Dercy.
O Fábio me disse depois: ‘Não estou acreditando. Está igualzinha’. Nesse momento eu e a Dercy nos reconciliamos. E dois dias depois mandei rezar uma missa para ela.”
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